sábado, novembro 03, 2012

Vermelho Barro

Deixaram o amor próprio
Todos cultivaram o ódio
E se perderam sem achar saída

Quando escolhe as jóias caras
Os carros e as mansões espaçosas
O ser humano fica em segundo plano

Apagaram o início de tudo
Mataram a semente na terra
Junto com o amor ao próximo

Do pedaço de terra quem é dono?
Uns dizem ser o homem branco
Já o índio, das matas sabe a lágrima

Não se sabe mais quem é...

Era tudo sangue inocente
Manchando de vermelho
O barro do chão na oca



sábado, outubro 27, 2012

Filósofo de Botequim

O trabalho findou na Pauliceia Desvairada
E os homens divertem-se jogando conversa fora
Um aperitivo, bebidas e muitas risadas

Os faróis já apagados,carros com o vidro fechado
Eis que surge sempre um entendido e filósofo
Que esfarela as desgraças e reflete as alegrias

Tudo que se passa, marca e fica
Cada um com o seu corre, sua vida
Ele sempre vem rimando a alegria

Chega versando as coisas do cotidiano
Tempo ruim não tá nos planos...
Emoções à flor da pele, pensamentos tantos

A garrafa está sobre a mesa, está trincando
A vista embaça e sempre vai versando
A virou o Platão do botequim

 Acostumou-se à rotina, e quanto a mesmice?
Não, obrigado.




terça-feira, outubro 09, 2012

Esses Lençóis

Ah, muitas coisas passam pela minha cabeça agora
Se você soubesse ia querer descobrir, sentir
Todas as coisas que eu quero, os seus abraços

Tanta vontade quente, imaginação constante
Que os ponteiros do relógio não cobrem
Velas à meia-luz, um beijo, lençol e vinho
Depois de todos os minutos, nem segundos sobram

É uma história, proibida, esquisita, bem vivida
Sempre tudo igual na vida cansa
A cama chama desarrumadamente
Tão simples, imagino você comigo


sexta-feira, outubro 05, 2012

Do Avesso, um Começo

Nem o Sol queria brilhar e tudo complicou-se
O relógio não tinha ponteiro, nada se podia saber
Mas que coisa chata, nada estava certo
O trabalho estava longe e a conta no vermelho

E o seu olhar dissolvia no azul do céu
Borrando as nuvens e carimbando o asfalto
Na esperança das gotas secarem e as flores nascerem
Pois se foi o pranto, a alegria iluminou os cantos

E todos os erros se tornaram acertos
De um futuro incerto, pensava ser o fim da linha
Do concreto suga a força e reflete o calor do dia

Mas todo o dia sonha, sonha menina
Sonha, sonha, sonha mocinha linda
Porque um dia vai embora tua meninice

E será grande, decidida e mais linda
Mas vai ver que as paredes da vida são cinzas
E o amor vem riscado em vermelho com dores
De uma vida sincera pra ser vivida


quarta-feira, outubro 03, 2012

A Viajante

Eu acordo e vejo o reflexo no espelho
Me vejo com todos os sentimentos
Me vejo com todos os alegres
E com todos os meus amigos

Queria que todos andassem comigo

Me vejo sem fronteiras e um passaporte
Me vejo cheia de desejos e sonhos
Pronta para enfrentar meu destino

sexta-feira, setembro 28, 2012

A Vida Ainda É Bela

Arraste-me, prenda-me, sufoque-me e me dê fôlego
Eu estou quase sem ar e as minhas ideias murcharam
Por acaso as suas notas bem escritas me servirão agora?
 
Um poema pra embelezar a sua letra, quem sabe melhora
Ou ainda muitas flores coloridas pra animar a sua vida
Pra você ver que a vida ainda é linda e não finda.

Sim, a vida pra quem ama nunca finda
E pra quem quer se deixar levar por um frescor novo
Deixando entrar toda a cor e sua alegria

Há quem perceba a vida e sua beleza
Toda, inteira, sem vergonha, nua e crua
Com toda a força, toda dor, com muito e pouco amor

Outros preferem sentir o aroma do café, da roupa limpa ou a maciez da cama
Ainda gostam da briga de travesseiros, tornam o tempo um brinquedo
Voltando o disco que já estava dito, segue repetido, indo
A vida pra quem ama nunca finda
Mas o amor faz dela paixão infinita.

quarta-feira, setembro 19, 2012

Teatro de Esquina

O tempo escorre pelas mãos
E se grava na memória para sempre
A espera bate à porta, quem vai enfrentá-la?

Vem a noite entorpecida pelo brilho de uma só estrela
Que termina quando a luz do carro acende.
O medo viaja pelos reflexos de um espelho
Riscando o vidro da vida já esquecida

Até quando vai isso?

Está à margem da perdição, sargetamente iludido
Quase perto do perigo, começou errado. Tudo
Num teatro encantado, o falso, larápio
Achava que tudo colava com choro e lágrima

No final do dia, depois daquela briga
Viu que a mentira era vencida
Com os raios de Sol do meio-dia

segunda-feira, setembro 10, 2012

Fome Noturna

É tanto desejo escondido, sombreado
Antes eu tivesse sumido para longe
Pois o que não se vê, não sente

Assim nem sempre é

Foi tudo isso como uma chuva de verão
De água fria que molha o chão ardente e depois some
Bem, verão no inverno existe

Ah, mas quando muito se fala
Um sentimento se cala, tudo aperta
O que um dia queria 
Agora não existe mais

A coisa é persistente, persiste
Sem fôlego insiste
Como as mãos que afagam
Os braços prendem, os olhos procuram

E deixou-se levar, para algum lugar
Que pensava estar
E viu que, nem tudo é o que parecia ser

sexta-feira, agosto 24, 2012

A Nascente

Fim da tarde e o céu vermelho fogo
Tudo parado, nem vento sopra...

As pessoas correm entre os prédios da cidade
As vidraças espelhadas miram um novo Mundo.

O trânsito nas avenidas, confunde os olhares
Aguça a imaginação de quem passa sonhando com uma novidade.

Na esperança de dias melhores em meio ao Caos
Como a Flor que nasce no concreto...

O Novo brotará!


terça-feira, agosto 21, 2012

Imaginando Coisas...

Ah, quisera eu saber de todas as coisas
Deste mundo e de um Outro,
Como o porão de uma casa à desvendar
Iria brincar feito criança, sem medo de me machucar
Porque elas não ligam para o Tempo
E tudo é motivo pra Riso.

Felicidade tão Ingênua, tão singela

Mas eu não sei tudo sobre todos
Nem sobre coisa nenhuma
São grandes demais para descobrir
Ou tentar aprender.

Prefiro então voltar à cena, buscando Felicidades
Que já foi passado mas ainda é presente e
Imaginando Coisas, pra quem sabe um dia
Ter a Vida que eu queria....

segunda-feira, julho 16, 2012

Entre Estrelas

E cai a noite..

Vão-se embora os meus pensamentos
Cheios de graça, por alguma consolação
Mas entre estrelas eu imagino
Coisas indissolúveis

Sem fim

Pelo brilho de um firmamento
Que resgate um antigo sentimento
Algo mais sublime que tristeza e guerras

O Amor

Esse que é sobre tudo e para todos
Que não se envaidece, mas suporta
E só quem é puro pode vê-lo

quinta-feira, julho 12, 2012

Tempo Pra Quê?

Dias tão mau vividos
Relógios esquecidos
Não gosto muito do tempo
Pois existe tempo que engana o coração

Tempo é bom em dias de chuva
Pra se fazer bolinhos
É bom também pra quem ama
E tem companhia em sua cama

Basicamente o Tempo é pra isso
Pra viver o que foi perdido e esquecido
Das emoções cruas, nuas...

Ou da velha infância
Que de tão passada está amarrotada
Junto com a vida dentro da garrafa

terça-feira, julho 03, 2012

Faz de Conta

Tudo parado, paisagens monocromáticas
Nas ruas pretas e brancas da cidade
Uma música pela metade...

Um acorde pra quem dança um tango solitário
Para um milionário um acorde acompanhado
Sentidos confusos, nem sou deste mundo

Perdida por um interminável segundo
Tentando achar a saída dessa vida
E fazer as alegrias coloridas
Sopradas pela ventania
Da minha imaginação inconstante

sexta-feira, junho 15, 2012

São Paulo, Meu Amor


Essa cidade, que brilha e reflete quilates
Pelas suas ruas meninos, meninas, crianças
Toda gente passa respirando seus ares
Que vem de todo o planeta e outros lugares

Nas veias de São Paulo o fluxo corre
Será dinheiro ou pensamentos de quem não dorme?
Mas noites com bijus de strass enfeitam a cidade

Nela tem muitas línguas
E modas de todo tipo
De sandálias rasteira até coturno
Esmalte vermelho e piercing no umbigo

E cada esquina tem igreja pra toda crença
Árabes e judeus são amigos sem diferenças
São Paulo, é como espelho de muitos reflexos
Todo mundo vem, vê essa zona e se apaixona

Cidade sem praia, sem onda de mar
Mas com ondas para quem quiser sonhar
Com música boa para os afinados ouvidos
E também comida  para adoçar o paladar

São Paulo é terra linda, terra da minha vida
Terra da garoa e de belas vistas.
Tem lugar pra todo mundo gaúcho, carioca e paulista.


















quarta-feira, junho 13, 2012

Outra Rotina

E tudo era igual
O sempre existiu todo dia
Mas o difícil era quando nada tinha.
E quando simplesmente tudo se queria
Só de longe se via
Para quem de tudo gosta
Se gosta.
Como um beijo que nunca veio
O amor que enchia o peito
Parecia perfeito.
Igual a foto que surgiu de um ato
Que velado nunca existiu.
Ou a distância  que não se alcança
Porque ela cansou de esperar
Que a vida diminua o igual de todo dia
Que estava ali refletida
Espero que algum dia...

quinta-feira, junho 07, 2012

Desejo Cor de Rosa

Tem vezes que os dias são confusos
E eu que esperava tanto, me perco
Mas as nuvens do Céu são cheias de desenhos
Seriam desenhos de um mundo belo?
Bem que eu imagino coisas demais
Eu tenho em mim um turbilhão de sentimentos
Com uma avalanche de sensações
Já não sei mais o que fazer?
Eu me via no espelho e não era eu
Quem é essa moça que já foi menina?
E que aprendeu a crescer com a dureza da vida
Ela está com um coração cheio de sonhos
Quer sair, passear e  amar
Ela deseja...

quinta-feira, maio 03, 2012

Tempestade Paulistana

Estava tudo nublado mas preferi admirar as nuvens
Da terra da garoa estava tudo de cor cinza chumbo
As paredes descascadas e as folhas já secas
Às vezes penso estar em outro mundo

Perdida nos meus sonhos, vontades, desejos e bobagens
Que somente os que sonham alto podem chegar
Eu caminho novamente, pisando em folhas verdes e não secas
Era um momento quase mas que virou tudo
Sob os céus de São Paulo, chão em preto e branco

Como um traço firme de lápis
A minha vida vou levando
Como orquestra as notas vou tocando
E pelos ares paulistanos me apaixonando

domingo, abril 29, 2012

Notas Solitárias

E tudo se acabou
Como um anel que se rompe
Era um solitário de diamante
Foi ele quem preferiu
Saiu da cena e partiu

Ela pediu que levasse tudo
Os poemas que nunca eram pra ela
O metrônomo e as partituras
As horas e os seus relógios

Ele olhava as outras moças
Quase desejava
Via de longe outros altares
Desligando o telefone com desculpas seculares

Esqueceu-se da Misericórdia
Que tem o Criador do infinito
Escolhendo a via dupla
Numa rua sem saída





sábado, abril 28, 2012

Pedra de Asfalto

 O Sol arde deixa a paisagem em brasa
A água evapora escandalosamente
Os carros passam velozes

O menino que segura a mão da mãe
O casal de velhinhos de braços dados
Os vendedores no farol

Mas o Sol se põe, reflete no trânsito
Que engarrafado guarda as memórias
De quem passa correndo pelas esquinas
Pensando nas coisas da vida

quinta-feira, abril 19, 2012

Última Linha

Na rua, um sol ardente
Pelas calçadas as pessoas passam
Correndo não veem o tempo
Era tudo

De repente escorre pelas mãos
A única chance que tinham
De encontrar a saída
Já é tarde demais

E os sonhos ficam esquecidos
Esperando para serem recolhidos
Num canto qualquer
Do coração de alguém