domingo, abril 29, 2012

Notas Solitárias

E tudo se acabou
Como um anel que se rompe
Era um solitário de diamante
Foi ele quem preferiu
Saiu da cena e partiu

Ela pediu que levasse tudo
Os poemas que nunca eram pra ela
O metrônomo e as partituras
As horas e os seus relógios

Ele olhava as outras moças
Quase desejava
Via de longe outros altares
Desligando o telefone com desculpas seculares

Esqueceu-se da Misericórdia
Que tem o Criador do infinito
Escolhendo a via dupla
Numa rua sem saída





sábado, abril 28, 2012

Pedra de Asfalto

 O Sol arde deixa a paisagem em brasa
A água evapora escandalosamente
Os carros passam velozes

O menino que segura a mão da mãe
O casal de velhinhos de braços dados
Os vendedores no farol

Mas o Sol se põe, reflete no trânsito
Que engarrafado guarda as memórias
De quem passa correndo pelas esquinas
Pensando nas coisas da vida

quinta-feira, abril 19, 2012

Última Linha

Na rua, um sol ardente
Pelas calçadas as pessoas passam
Correndo não veem o tempo
Era tudo

De repente escorre pelas mãos
A única chance que tinham
De encontrar a saída
Já é tarde demais

E os sonhos ficam esquecidos
Esperando para serem recolhidos
Num canto qualquer
Do coração de alguém