domingo, agosto 25, 2013

Um Recomeço

Eu rasguei as suas cartas sem piedade
Queimei as suas fotos sem remorso algum
Agora, nem sua sombra faz mais parte de mim

E toda dor que havia em mim agora, não existe mais
Também ceguei dos meus olhos a sua imagem
Lavei da minha pele o cheiro do seu perfume

Seus carros não me interessam
E seus diamantes já não têm valor
Sobremesas do jantar eram pura falsidade

Tenho de volta o meu coração
Que já foi tão machucado pela multidão
E agora está guardado nas mãos de Deus

Está esperando um novo começo
E um novo amor, sem dor
Somente um novo amor...

domingo, julho 28, 2013

Fora do Prazo


Despeço-me porque o ontem tornou-se hoje
Vou indo porque as emoções de ontem eram somente para ontem.
Então elas tornaram-se um doce passado
Vou ir porque o Sol está prestes a raiar
E uma nova manhã vai brotar
Ainda me restam uns minutos de descanso
Mas nossas mentes nunca param e seguimos imaginando

quarta-feira, junho 26, 2013

Nem Mil Desculpas

Meus muitos erros quebraram as leis

Escondo o rosto com as mãos sujas
É tanta a minha vergonha e tristeza
Por não conseguir deixar o meu pecado

Arranquei os ponteiros do relógio.
Pintei de negro seus espelhos
Apaguei as minhas pegadas do carpete de madeira

Nem mil folhas serviriam para escrever desculpas
Talvez seja tarde pra qualquer argumento
Vou pisando em falso, quebrando ovos

Quem sabe a chuva leve minhas transgressões embora
Devolvendo aos olhos dos homens a sinceridade do meu coração
Fazendo renascer uma nova chance de perdão

sexta-feira, maio 31, 2013

Dois Corpos

Corpos à meia luz, imaginação exposta
E pela minha mente as ideias correm
Aguçando a vontade  de saber quem és de verdade

Nas esquinas vazias a noite torna-se mais fria
Uma viagem interminável e sem freios
Noite adentro qualquer regra vai embora

Farol no amarelo piscante nos interrompe
Tirando a possibilidade da segunda chance
Deixando o sussurro da sua voz no rádio




sábado, maio 11, 2013

Tarja Preta


Eu estava sem rumo, perdida
Nem tinha mais cor a vida
E tudo que um dia foi querido
Foi levado com o vento
Pra nunca ser achado

As lanternas estavam descarregadas
Os faróis todos quebrados
E com as emoções bagunçadas
Preferi não saber de mais nada

Sou como poeta de olhos tristes
Sem o corpo e sem sorrisos
Que chora a lágrima ácida
Pelas calçadas afora

segunda-feira, maio 06, 2013

O Beija-flor e a Chuva

Uma vida inteira
Sonhos ainda pela metade
A menina vê a chuva pela janela

Os beija-flores trazem no bico a Esperança
E o seu coração deseja saber sobre o amor
Porque jogou as suas dores nas águas de cristal

Quem sabe a brisa dos montes renove os ares
E os trovões platinados anunciem um novo tempo
Novo tempo que brota como o raio de Sol, no fim da madrugada

domingo, abril 14, 2013

Quase Trinta

Quando criança eu brincava com bonecas e panelas
Eu já queria um mundo cor-de-rosa
Também queria só alegrias

Pra que me serviria a tristeza?

As estações, os anos passam rápido
Com tantos tombos ganhei experiência
Meus cabelos antes negros, agora tem fios brancos

Presentes de um amor, ainda não ganhei
Mas já tive joias de diamantes e rubis
São vermelho sangue e duram a Eternidade

Muitos sonhos escondidos atrás de um sorriso
Como a mãe que carrega na barriga o filho
E o corredor que alcança a linha de chegada

Eu estava nas fotos da festa da escola
Sempre a penúltima na lista de chamada
E a garota do baile que nunca tinha par


quinta-feira, abril 11, 2013

Virado à Paulista


Eu desejei me perder nas suas curvas
E saciar-me com tua beleza
Os seus céus cor de prata, cegam minha visão ensolarada

 Parado no farol, só vejo a alegria dessa vida corrida
Tuas praças, parques, bares tudo vibra
As pessoas que aqui moram tem por ti, amor sem fim

Tua comida, tua bebida, tuas melodias
Alimentam a imaginação de quem passa
É a praia dos que se aventuram por tuas ideias

És tu São Paulo, terra de música, de poesia e alegria
Chorinho e cerveja na mesa do bar
Flauta e violão pro teu povo cantar

terça-feira, fevereiro 26, 2013

Dois Tantos de Coisas: Visões de São Mármaro - VIII( Para Marina Stela )

Dois Tantos de Coisas: Visões de São Mármaro - VIII( Para Marina Stela )

http://poemapocket.blogspot.com.br/2013/02/visoes-de-sao-marmaro-viii-para-marina.html

Visões de São Mármaro - VIII ( Para Marina Stela )

 

Muito depois do jongo - Infância do mundo
se viu o tigre , Cristo , toré de Síntese nos lábios - Homens
brotando pela campina junto daquela manhã
depois das bombas de agosto , onde as crianças e os peixes
corriam pra morte em rés de fogo e nudez_____

um coro de anjos no espaço
gritando braços - Trovões junto dos urubus ,
as cores Ontem quando Pandora abriu cem caixas
no centro mesmo de Pripyat , pangéias jardas enormes
em precipícios cantados antes por Conselheiro o profeta

que viu na serra do mar o sangue dos mártires da CSN
gritando fogo e vingança , na dança última
dos calendários redondos como os sorrisos em Tânger
nos primeiros Sóis ....


E foi então que o mundo terminou de subir
levando isaques e mais a lenha para os ofícios
do Cáucaso , homens - Pedra
num mal disfarce de carne , justo no instante da morte
rente dos corpos e já Senhora dos corações que ,
entre ruínas e areias , entre urutus e gravetos ,
entre mandingas e cobras , onde candongas marchavam
cantando a Breca do mundo


surgiu o tigre , também menino e divino
chamado o Cristo das gentes , desfez-se o ebó Catingudo ,
todo o mar é Manhã de mais erês e Furdunços
pra quem tem olhos e Enxerga , quem tem ouvidos
e Escuta , como ele Cícero o padre
dizia ao povo desde os longes do Crato.
 
 
Adiron Marcos, poeta.
Mais de seus poemas em:www.doistantosdecoisas.blogspot.com.br
 
Eu fui presenteada com este poema, que foi escrito por um querido poeta, carioca, cristão e gente boa. E como presentes não são para ficarem guardados, compartilho.

domingo, fevereiro 17, 2013

Azul Turquesa

A noite turquesa revela as belezas escondidas
Enquanto as pessoas de muitas faces passam
Deixando ilusões marcadas no asfalto

Os times, as torcidas, os faróis, o aperitivo e os celulares
É tudo argumento pra esconder a lágrima e mostrar o riso
Reanimando o coração desbotado e vazio

Como num jogo de buraco na mesa do bar
Suas vidas afundam rolando precipício abaixo
Porque quiseram ver-se na beleza do diamante

Descobriram que nem tudo que brilha é diamante
E o ouro não tem valor para os que sempre são vazios
Mas acharam na beleza da vida remida
A luz da Eternidade que brilha